Pico Marumbi (Cume Olimpo)
Cume Olimpo é o nome do ponto mais alto do conjunto Marumbi. Sim, não existe um pico Marumbi. Esse é um nome “errado”, o nome Marumbi é dado ao Parque Estadual onde a montanha está localizada junto de vários outros cumes de nomes distintos (Abrolhos, Esfinge, Gigante, Ponta do Tigre, Pirapá e Boa Vista).
O Cume Olimpo possui 1539m sendo um dos mais altos do estado, e sem dúvida está entre os três mais importantes para os montanhistas paranaenses. Primeiro porque ele domina um conjunto de montanhas. Segundo porque possui a trilha mais difícil do estado, se não for a mais difícil, está entre as mais. Terceiro, por ser o ápice da escalada no estado, é, inclusive a primeira montanha nacional a ter uma escalada com fins recreativos, antes das emblemáticas escaladas cariocas.
Ainda que tenha um dos visuais mais belos da Serra do Mar paranaense conseguir apreciá-lo é uma loteria. Costumamos dizer que o Marumbi tem uma nuvem de estimação, e é bem normal começar a trilha com tempo cristalino e depois de chegar lá somente enxergar por pequenas "frestas" nas nuvens, quando elas permitem.
Como chegar ao Pico Marumbi
Para acessar o conjunto existem duas alternativas. A primeira sai da rodoferroviária de Curitiba. O interessado vai pegar o trem de passageiros que desce até Morretes e descer na Estação Marumbi, onde fica a sede do Instituto de Águas e Terras do Paraná (IAT) responsável pelo controle de acesso ao Pico Marumbi. O retorno é feito pelo mesmo recurso, pegando o trem na estação a partir das 16h, não precisa ter comprado passagem antecipadamente, basta comunicar o monitor da estação que ele para a locomotiva.
A segunda opção é subindo de Morretes por cerca de 4 km até a comunidade de Porto de Cima, depois por cerca de 2 km até o posto de controle do Salto dos Macacos. A partir dali só pode seguir com veículo 4x4. Quem tiver o veículo traçado pode ir até a estação Engenheiro Lange, a pouco metros da sede do IAT. Quem precisar ir a pé, terá de caminhar quase 4 km, cerca de uma hora até a base do órgão de fiscalização.
A trilha para o Pico Marumbi
As trilhas que levam ao cume Olimpo (frontal branca, noroeste vermelha) tem um desnível acumulado de 1100m.
A vermelha é a trilha mais difícil. Uma das mais difíceis do Brasil. É toda em meio a mata, sobre raízes e entre rochas, quase o tempo todo subida. Em inúmeros pontos é necessário o apoio de cordas ou grampos já colocados na trilha. Em dias ou épocas de chuva parte da trilha é por dentro de pequenas cascatas, ficando muito perigosa em alguns trechos.
Por ela também é possível acessar a maior parte dos cumes do conjunto. Mas não se engane, por que o único cume que tem aceso fácil é o Gigante, por onde a trilha passa direto. A trilha branca é menos intensa, contudo tem o mesmo tipo de obstáculos em menor quantidade.
Navegação para a trilha do Pico Marumbi.
A navegação na Mata Atlântica costuma ser difícil devido ao mato que fecha partes das trilhas. No Pico Marumbi não é muito diferente, contudo, a trilha costuma estar bastante limpa em decorrência da dedicação dos monitores que fazem manejo constante. Em algumas épocas muito específicas a trilha fica mais fechada, principalmente no verão.
Se localizar dentro da trilha não é difícil. Existem marcações no chão entre distâncias razoáveis e marcações com fitas nas árvores, essas são das cores respectivas de cada trilha (vermelha e branca).
Exigências física da trilha para o Pico Marumbi
Se a navegação é fácil, para compensar a exigência física da trilha é muito grande. Dado a complexidade da trilha é comum levar mais de 8 horas para percorrer a trilha do Pico Marumbi completa.
Além do tempo de caminhada, a ascensão total da trilha chega a 1100m de desnível com muitos trechos trepa pedra e grampos que exigem um esforço muscular extremo. Outro fator que contribui para o desgaste é a umidade da mata que aliada ao calor cobra um preço muito alto.
Exigência técnica da trilha para o Pico Marumbi
A trilha do Pico Marumbi é uma das mais completas e difíceis do Brasil porque exige muito fisicamente e na parte técnica mescla várias nuances.
Há trechos de mata densa com raízes e obstáculos junto de trechos de pedras irregulares. Em outras seções a trilha segue por dentro de canaletas úmidas de rocha que exige escalaminhada apoiada em cordas, correntes ou raízes.
Os trechos que mais assustam os montanhistas, principalmente os menos experientes, são os grampos; as “vias ferratas” paranaenses. São seções de até 40 m de rochas expostas onde a única ligação com a pedra são as hastes metálicas. Saber como se comportar e ter coragem para enfrentar é o grande desafio técnico dessa trilha. Infelizmente já são alguns os casos de acidentes graves, inclusive fatais ocorridos nos grampos.
Vídeo da trilha para o Pico Marumbi
No vídeo abaixo é possível acompanhar as peculiaridades enfrentadas na trilha do Pico Marumbi em um dia de muita nuvem.
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