top of page
Foto do escritorJonas Silva

Road-Trip em Busca do Sol - Praia Grande, Voo de Balão.

Atualizado: 1 de mar. de 2022

Estamos em Praia Grande, no nosso quarto dia de estrada. Já vivemos boas experiências que podem ser acompanhadas nesse post: Road Trip em Busca do Sol - Cânion Itaimbezinho, Cânion Fortaleza.


Dia Quinto - Tentando voar de balão.

Apreensivos com a situação antes do voo

Levantamos às 03:00 para estar às 03:45 na agência responsável pelo voo que contratamos. Não havia como ficar muito animado, toda a cidade de Praia Grande estava encoberta por neblina, mas o agente nos garantiu que deveríamos ir para o campo de voo e havia grandes possibilidades decolagem. Eu estava bastante cético, no aplicativo Weather marcavam nuvens até os 1700 m (5500 pés), mais alto que os platôs de cima da serra. Contudo estávamos lá.

Assim que o segundo casal chegou, no carro da agência fomos levados até um pasto a cerca de 5 km da cidade. O lugar é um gramado irregular bem seco. No entanto, por ser próximo aos campos alagados de arroz, estava tomado por pernilongos. Nuvens nos atacavam impiedosamente. Nem usando repelente as coisas facilitaram.

O piloto acabara de chegar no local, já foi nos alertando sobre as reais possibilidades de não ter o voo. Para ser mais justo com ele, estava nos avisando que não pretendia voar naquelas condições. Uma porque a visibilidade seria muito ruim. Outra, e principalmente, devido aos riscos envolvidos em um voo às cegas. Após se apresentar, explicou os riscos envolvidos; a chance de ter que fazer um pouso com menos de 20 min de voo (a agência prometia 40 min), a visibilidade ruim, e o risco de, subindo além dos 1500 m, ser acometido por alguma corrente de vento e depois ter problemas já que a visibilidade mesmo depois dos 1700 m não seria a ideal.

Ao saber que o outro casal estava comemorando uma data importante, o piloto deu uma dura no agente por não ser claro com os clientes dos riscos envolvidos, e prometer algo que não poderia garantir. Deu para entender que para a agência o importante era colocar o balão no ar, sem importar muito com a experiência do cliente, e até mesmo sua segurança.

O outro balão que voou para as nuvens

Quarenta minutos depois outra agência chegou no mesmo campo de voo. Eram um grupo bem maior. Já chegaram montando o equipamento, enquanto os candidatos a voar tiravam fotos o balão foi enchido. O piloto nosso conversou com o outro, o que de para perceber é que o outro voaria independente das condições, colocando o nosso em uma saia justa. Sob essas circunstâncias, e considerando que o outro casal estava bastante decepcionado, o piloto se propôs a decolar sem compromisso com o tempo de voo, ao que ninguém se opôs. Eu apenas apontei que se fosse arriscado, colocasse a segurança em jogo, preferia não ir. Mas ele disse que qualquer coisa pousaria logo em seguida, antes de colocar as pessoas em risco.

Encher o balão foi muito rápido, em 15 min estávamos decolando.

A sensação é bem diferente, aos poucos vamos saindo do chão, começamos a ver as coisas do alto. É diferente que um voo de avião, aqui planamos sobre a vegetação entre 300 e 600 m. De início ficamos apreensivos com medo de olhar para baixo, mas aos poucos o medo vai dispersando, e na segurança do cesto começamos a aproveitar melhor o visual.

Diante das condições o piloto não passou dos 600 m, na verdade, acima dos 400 m já ficava bastante comprometido o visual. É importante pontuar que nessa altura, 400 - 600 m, só temos visual abaixo. No horizonte não vemos nada além do denso nevoeiro.

O outro balão decolou quase ao mesmo tempo e aos poucos foi subindo até sumir nas nuvens acima. Pelo rádio deu para entender a conversa entre pilotos, o outro balão já estava a 1600 m sem visual nenhum, abaixo, acima ou no horizonte. E para assustar pegara algumas correntes de vento. De início, a justificativa do outro piloto agência era subir até passar as nuvens e ver o nascer do sol sob o tapete de nuvens, no entanto, ao que sabemos, não conseguiram passar as nuvens. Ao menos soubemos que pousaram com segurança. Acompanhei o Instagram da agência e não vi nenhuma foto daquele dia.

Campos de arroz

Nosso voo progrediu sobre os campos de arroz, hora descendo um pouco para desviar de uma massa mais densa, outra subindo. Durante a subida, quando o gás é ativado, o calor que se dissipa no balão também incomoda quem está no cesto, nada que chegue a causar queimadura, mas é uma rajada de ar quente considerável. Depois de 15 min de voo começamos a descer em direção a outra pastagem onde a equipe esperava. A descida foi tranquila e o piloto fez de tudo para agradar, mesmo depois de estar no chão deu toda atenção e se dispôs a fazer centenas de fotos de cada casal. Ele dirigiu cada foto como se fosse um fotógrafo profissional.

O piloto foi incrível, além de prudente, fez o máximo para tornar uma experiência frustrada em algo palatável. Em relação a experiência com a agência e o negócio como um todo, ficamos frustrados. O agente nos largou na cidade da mesma forma como buscou, nem fez muita questão de dar atenção. Um serviço muito precário pelo custo, na média R$ 700,00 por pessoa. Ficamos com a impressão de que o importante para os operadores é colocar o cliente no ar e recolher o pagamento, independentemente da experiência.

Voltamos para o hostel, onde a experiência fora bem melhor. Ainda eram 06:45, ficamos na cozinha dos fundos brincando com os gatos até que uma das proprietárias trouxe o café da manhã. Bem simples, mas feito com carinho e capricho. Conversando, quase resolvemos fazer a trilha Rio do Boi, guiada também pelos proprietários, mas acabamos mantendo o roteiro com sentido ao litoral.

Voltaremos à Praia Grande em breve, afinal a cidade oferece muita coisa no mundo outdoor. Ela está banhada pelos principais cânions da divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina, são inúmeras cachoeira e dezenas de trilhas, além dos rios de água cristalina, gélida e praias que dão nome ao município.

Pegamos a estrada às 09:00, mas antes de sair na rodovia paramos na praça central, muito bem cuidada por sinal. As luzes do Natal já tomavam a cidade de ruas bem cortadas e construções robustas, algumas muito antigas, que remetem ao passado dos tropeiros. Um detalhe que nos chamou atenção foi o entalhe na praça que reproduz os contornos dos cânions, à primeira vista aparenta ser um monte de terra, mas ao olhar com atenção vemos os cânions e os rios que margeiam a cidade.

Pegamos a SC 290 que cruza São João do Sul antes de sair na BR 101 Sul. Na 101, margeamos a Lagoa de Sombrio e logo depois de cruzar a fronteira e o povoado Vila São João saímos na saída 3 em direção a Torres.

Chegando em Torres ficamos surpresos com a imponência da cidade. A primeira vista, parece uma capital com edifícios imponentes e modernos, ruas movimentadas e um ar litorâneo muito peculiar. A pesar de parecer uma grande cidade, na verdade não possui mais de 40 mil habitantes. Toda aquela imponência é devido ao grande volume da população flutuante na temporada de verão, que chega a 240 mil habitantes.

Torres vista da Lagoa do Violão

Chegamos direto na Prainha central de Torres. Uma curta faixa de areia com a orla toda gramada e um visual tentador das falésias do Parque da Guarita. Esse parque é, afinal, o motivo por estarmos aqui. As praias de Torres, têm sua beleza paisagística, contudo sua água e areia não são tão convidativas, como poderemos perceber nos próximos dias que ficaremos por aqui.

Letreiro de Torres na Prainha com as falésias do Parque da Guarita ao fundo
8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page